Professores universitários repudiam morte de colega gay
Em mensagem, professores universitários se dizem de luto por morte de colega gay
Professores universitários inconformados com a recente morte por motivo homofóbico do também professor universitário Cleides Antônio Amorim, no Tocantins, decidiram manifestar publicamente seu repúdio ao crime. Unidos em uma mensagem divulgada nesta quinta-feira, 19 de janeiro, pela internet, os docentes denunciam “o silêncio covarde das autoridades brasileiras face à crueldade dos crimes e abusos perpetrados contra cidadãos e cidadãs brasileiros”. Confira a mensagem:
Carta de repúdio ao assassinato do professor Cleides Antônio Amorim.
Nós, professores universitários brasileiros, estamos de luto.
Mais uma vez, a incapacidade de respeitar a diversidade e a diferença na nossa sociedade, resultou no aumento das estatísticas de crimes de ódio no Brasil. Nosso amigo e colega Cleides Antônio de Amorim, professor titular na Universidade Federal do Tocantins, foi assassinado no dia 5 de janeiro de 2012 na cidade de Tocantinópolis (TO). Ele foi vítima de um crime homofóbico brutal.
Poderíamos vivenciar nosso luto em silêncio, reservando-nos à companhia solitária da dor e da tristeza. Mas em sã consciência, não podemos. É hora de quebrar esse pacto de silêncio do Estado brasileiro que encobre e compactua com os crimes de ódio motivados por homofobia, lesbofobia e transfobia em nosso país.
Chegamos ao limite.
Denunciamos o silêncio covarde das autoridades brasileiras face à crueldade dos crimes e abusos perpetrados contra cidadãos e cidadãs brasileiros, cuja expressão ou identidade sexual não estão de acordo com as normas heterossexuais dominantes. Para o professor Cleides Amorim, esta foi uma sentença de morte. No entanto, todos os brasileiros e brasileiras merecem viver sem medo num país que tem orgulho de sua diversidade e que diz promover os direitos iguais sem discriminação; todos e todas merecem o direito de se expressar livremente em todo e qualquer espaço público do Brasil.
Exigimos que o Estado brasileiro, na pessoa do Ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, tome medidas urgentes e efetivas contra a onda crescente de crimes homofóbicos. Ainda mais urgentemente, demandamos ao Ministro Cardozo que tome providências imediatas para garantir que o caso do professor Cleides seja investigado até o fim, que o responsável pelo assassinato seja julgado e punido, e que medidas contínuas sejam adotadas para prevenir a incitação ao ódio e à violência.
Amigos e colegas de Cleides Amorim, em sua memória: BASTA.
Fonte: Mix Brasil